A desinformação não vive só de cliques: vive de euros, dólares e milhões de impressões publicitárias que circulam pela teia opaca da AdTech. Em 2024, o investimento mundial em publicidade digital bateu os 259 mil milhões de dólares — mais 15 % do que no ano anterior, segundo o relatório anual da IAB IAB. Uma fatia substancial desse bolo escorre para sítios que espalham rumores, teorias da conspiração e notícias fabricadas. Quem paga a conta? E como se repartem os lucros do engano?
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Pide
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“A Banalidade do Mal e os Fantasmas do Presente: O Legado de Hannah Arendt no Século XXI”
Numa sala austera em Jerusalém, em 1961, senta-se Adolf Eichmann, ex-oficial nazi acusado de organizar a deportação de milhões de judeus. O mundo espera ver um monstro. O que encontra é um funcionário acanhado, de óculos espessos e frases feitas. Ao observá-lo, a filósofa Hannah Arendt escreve: “não era estupidez, era uma espécie de vazio — um fracasso em pensar.”
Fome em Gaza: Facto ou Propaganda?
Israel diz que não há fome generalizada. A ONU fala em catástrofe alimentar. Entre acusações e contra-acusações, este artigo desmonta os dados, verifica os números e revela quem está a dizer a verdade — e quem está a manipular os factos.
A Última Vítima da PIDE: Quem Morreu Por Último Antes do 25 de Abril?
Na madrugada do dia 25 de Abril de 1974, Portugal acordava em insurreição. Mas, nas horas anteriores ao colapso da ditadura, a máquina repressiva da PIDE ainda operava com letal precisão.
A última vítima mortal da polícia política do Estado Novo morreu a poucas horas da Revolução triunfar. Não foi um acidente do destino. Foi um acto deliberado — e impune.
Pela primeira vez, um aliado histórico da causa anticolonial levou Israel ao…
As Mulheres Que Escreveram Contra a PIDE: Jornalistas, Poetas e Romancistas Silenciadas
Na ditadura portuguesa, escrever era um acto de coragem. Escrever como mulher, ainda mais.
Num tempo em que a palavra era vigiada e o pensamento patrulhado, houve mulheres que resistiram com a caneta, com a máquina de escrever e com o corpo. Pagaram o preço da ousadia: vigilância, censura, prisão, exílio e silenciamento histórico.
Memórias Fragmentadas: As Sequelas Psicológicas da Tortura da PIDE
“Durante anos, acordava a meio da noite a gritar. Mas não sabia porquê.”
O testemunho é de Ana P., filha de um preso político torturado pela PIDE em 1967. O pai morreu em 1993 sem nunca ter conseguido falar do que viveu na António Maria Cardoso. O trauma foi-lhe tatuado na carne e herdado, em silêncio, pela família. E não é caso único. Milhares de vítimas da repressão salazarista carregaram feridas invisíveis, quase sempre ignoradas — pela sociedade, pelo Estado, pela própria história.
Os Bufos da PIDE: A Rede de Espionagem Cidadã Que Silenciou Portugal
“O seu colega do gabinete pode muito bem ser um informador.”
Durante 48 anos, esta era uma possibilidade constante em Portugal. Sob o Estado Novo, a repressão política não se fazia apenas por via das prisões, da censura ou da tortura. Fazia-se também — e sobretudo — por meio de uma rede invisível, capilar, de milhares de civis que delatavam amigos, vizinhos, colegas e até familiares à PIDE. A polícia política portuguesa montou um sistema de espionagem cidadã que minou a confiança social e envenenou o convívio humano durante gerações.
“Não é barraquinha”: o renascimento da habitação modular em Portugal
Num país em que o tempo de espera por habitação pública ultrapassa os cinco anos em zonas urbanas, a habitação modular começa a ganhar espaço. Mais rápida, mais barata e energeticamente eficiente, esta alternativa — já comum em cidades como Helsínquia ou Toronto — enfrenta em Portugal o estigma da precariedade e obstáculos legais desatualizados.
Repressão em Família: Quando Pais, Filhos e Irmãos Foram Delatados à PIDE
“A delação partiu do meu irmão. Dormíamos no mesmo quarto. Crescemos juntos. Mas ele tinha medo. E eu paguei por isso.”
O testemunho é de António (nome fictício), detido em 1969 pela PIDE após ter sido denunciado por um familiar directo. A sua história não é única. Durante o Estado Novo, a repressão não se limitou a infiltrar partidos, universidades ou fábricas — entrou pelas casas, desfez laços de sangue, e transformou famílias em campos de suspeita, silêncio e traição.