A Revolução Incompleta: Por Que a PIDE Nunca Foi Realmente Julgada

Portugal depôs a ditadura. Libertou os presos. Redigiu uma nova Constituição. Mas não julgou a polícia política. O 25 de Abril foi a alvorada da democracia, mas não levou à responsabilização efectiva dos crimes cometidos pela PIDE/DGS. A esmagadora maioria dos seus agentes — muitos deles implicados em tortura, desaparecimentos, vigilância abusiva e repressão sistemática — nunca enfrentou a justiça penal nem a justiça histórica. E esse vazio ético permanece até hoje como um incómodo irresolvido da nossa transição democrática.
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Arquivos Queimados, Justiça Esquecida: O Que Ficou Por Julgar na Transição Portuguesa

“Parte dos documentos foi destruída. Outras pastas estão incompletas. Não se conseguiu apurar mais.” Com esta justificação lacónica encerraram-se dezenas de inquéritos e pedidos de investigação sobre os crimes da PIDE/DGS após o 25 de Abril de 1974. O desaparecimento de documentação crucial, a ausência de um processo judicial robusto e a inação política permitiram que centenas de agentes e colaboradores da polícia política escapassem a qualquer forma de responsabilização. A democracia chegou, mas a verdade não. Nem a justiça.
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