Leis antirracistas vigoram em países como Brasil, Canadá e Austrália. Mas a realidade mostra o inverso do prometido: populações racializadas enfrentam maior risco de prisão, violência institucional e abandono perante crimes de ódio. Quando o sistema de justiça replica desigualdades históricas, de que lado está a lei?
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A Europa Divide-se: Como os Novos Fascismos Estão a Fraturar a União Europeia
Há vinte anos, a União Europeia (UE) apresentava-se como um farol de valores: democracia, direitos humanos, solidariedade. Hoje, essas fundações estão sob ataque — não apenas de fora, mas a partir do interior. A extrema-direita está no poder ou em ascensão em vários Estados-membros e, pela primeira vez, o seu impacto ultrapassa o plano nacional: está a reconfigurar o próprio centro de gravidade da política europeia.
Do fascismo clássico ao extremismo digital: continuidades e mutações do autoritarismo
Será o novo autoritarismo apenas uma versão moderna do fascismo antigo? À primeira vista, os paralelos impressionam: culto da personalidade, nacionalismo exacerbado, desprezo pelas instituições democráticas, uso de inimigos internos e externos para consolidar o poder. Mas há também rupturas decisivas. O fascismo dos anos 1930 e 1940 marchava em uniformes, censurava jornais e prendia opositores em campos de concentração. O extremismo político do século XXI actua com memes, vídeos virais, ataques legislativos e campanhas de desinformação.
Ideologia de género: como a desinformação alimenta o ódio LGBTI+ em Portugal
Portugal habituou-se a ver-se no topo dos rankings de igualdade, mas uma vaga de desinformação importada está a corroer esse capital de tolerância. Narrativas sobre uma suposta “ideologia de género”, forjadas nos círculos ultraconservadores dos EUA e do Brasil, circulam agora em Telegram, nas campanhas partidárias e até em púlpitos religiosos. Enquanto a polémica grita nos écrans, os crimes de ódio contra pessoas LGBTI+ subiram 38 % em 2023, batendo recorde de denúncias, segundo dados da PSP compilados pela ILGA-Europa. esQrever Quantas agressões cabem entre um meme alarmista e um murro real?
“A minha casa estava vazia e foi arrendada pela Câmara”: os primeiros casos de arrendamento forçado em Portugal
Está em vigor desde 2023 e permite às câmaras municipais arrendar casas devolutas sem o consentimento do proprietário, com base no interesse público e na urgência habitacional. A medida, introduzida pelo pacote legislativo “Mais Habitação”, começa agora a ser aplicada — mas os primeiros casos estão a gerar polémica, dúvidas jurídicas e reações inflamadas.
Da sacristia ao púlpito digital: religião e política em Portugal de Salazar a Ventura
Da sacristia ao púlpito digital: religião e política em Portugal de Salazar…
Portugal e a Guerra em Gaza: Cúmplices, Neutros ou Corajosos?
Entre o silêncio diplomático e a pressão popular, o Estado português mantém uma linha ambígua face à catástrofe humanitária em Gaza. A União Europeia hesita, e os partidos dividem-se. Há coragem política para chamar os factos pelo nome?
Exportação da fé e da política: o Chega nas redes evangélicas transnacionais
Quando André Ventura subiu a um púplito evangélico em Lisboa, o vídeo…
Bolhas de filtro: escapar ao algoritmo em 7 passos
Portugal entrou em 2025 com mais de oito em cada dez residentes a obter notícias nas redes sociais, enquanto a confiança nos media tradicionais desliza para mínimos históricos, segundo o Digital News Report gijn.org. Quem manda no cardápio informativo são algoritmos invisíveis que servem conteúdos “à medida” dos nossos cliques — e é aí que nascem as bolhas de filtro e as câmaras de eco. Quando, onde e por que razão acontece o isolamento? E, sobretudo, como o podemos furar sem desligar a Internet? Este guia prático responde.
Identidade nacional e xenofobia: o cimento simbólico do discurso extremista
Pode uma ideia unir uma nação e, ao mesmo tempo, justificar a exclusão? A identidade nacional, frequentemente evocada como património cultural ou símbolo de soberania, é, nas mãos da extrema-direita, convertida em arma política. Serve para definir fronteiras simbólicas entre “os de dentro” e “os de fora”, e transforma diferenças sociais ou culturais em ameaças existenciais. Esta operação simbólica sustenta um dos pilares do discurso extremista contemporâneo: a xenofobia — refinada, embutida no vocabulário nacionalista e apresentada como defesa da “civilização” ou “modo de vida”.