Resumo
- As demolições de casas na Cisjordânia, o bloqueio de Gaza e a expansão de colonatos comprovam que a Nakba continua como um processo de limpeza étnica gradual.
- Entretanto, a comunidade internacional permanece incapaz de obrigar ao cumprimento da Resolução 194 da ONU, que garante o direito de regresso e de indemnização aos refugiados palestinianos.
- não se trata de um impasse entre duas partes iguais, mas de um processo colonial em curso que precisa de ser interrompido para que haja justiça e paz.
Passadas mais de sete décadas, a chamada Nakba não é apenas um evento do passado. Para milhões de palestinianos, a expulsão de 1948 transformou‑se num quotidiano de exílio permanente. Campos de refugiados no Líbano, Jordânia e territórios ocupados abrigam gerações inteiras que nunca puderam regressar às aldeias demolidas.
As demolições de casas na Cisjordânia, o bloqueio de Gaza e a expansão de colonatos comprovam que a Nakba continua como um processo de limpeza étnica gradual. Famílias em bairros de Jerusalém como Sheikh Jarrah enfrentam despejos para dar lugar a colonos. Nas zonas rurais, aldeias inteiras são classificadas como “áreas de treino militar” e evacuadas.
Organizações de direitos humanos como a B’Tselem e a Human Rights Watch documentam que as políticas de Israel configuram apartheid e transferência forçada. Entretanto, a comunidade internacional permanece incapaz de obrigar ao cumprimento da Resolução 194 da ONU, que garante o direito de regresso e de indemnização aos refugiados palestinianos.
Lembrar que a Nakba continua é essencial para compreender o conflito actual: não se trata de um impasse entre duas partes iguais, mas de um processo colonial em curso que precisa de ser interrompido para que haja justiça e paz.